• ARL - Associação Recreativa de Lavacolhos
• ARL - Secção de Caça
• ARL - Secção de Todo o Terreno "Lobos da Argemela"
• Núcleo de Sportinguistas de Lavacolhos
• Núcleo de Benfiquistas de Lavacolhos
• Comissão de Festas do Sr. da Saúde
• Comissão de Festas do Santo Amaro
• Comissão de Festas do Espírito Santo
• Grupo de Bombos de Lavacolhos
Com projecção a nível nacional, os Bombos de Lavacolhos, que se revelam de toque genuíno e sem igual, constitui o verdadeiro cartão de visita da aldeia.
De fabrico artesanal e local, os materiais usados nos instrumentos são a pele de cabra, a madeira de castanho e de silva, o zinco e a corda. A caixa, de dimensão mais pequena que os bombos, segue o mesmo procedimento de fabrico. A sua afinação é reservada aos conhecedores da arte! Associados à região mediterrânea e particularmente às pastoris, veiculam um substrato musical ancestral da qual não há memória da sua origem e verifica-se que, nem pela sua textura nem pela sua configuração se possam assemelhar com os zabumbas, zéspereiras ou tambores militares. Este saber popular e colectivo, transmitido de geração em geração, honra o povo de Lavacolhos. A música, no âmbito da cultura popular, ocupa um lugar importante. Sem dúvida, revela-se, de uma forma singular, guardiã da herança do passado e faz reviver a tradição associada às actividades agrícolas e aos festejos colectivos da aldeia de outros tempos.
Outrora, revestia-se de uma honra tocar o bombo uma vez que os tocadores eram rigorosamente seleccionados e a guarda dos instrumentos era confiada ao melhor tocador. Mais recentemente, essa responsabilidade foi confiada ao Regedor da freguesia e, actualmente, cabe à Junta de Freguesia e em particular ao seu Presidente, zelar pelos instrumentos e dinâmica do grupo. A conjugação do toque dos bombos, das caixas e do pífaro, com os eu "dobrar exclusivo e sem igual" tocado com as suas mãos, é uma afirmação genuína do povo que entoam composições poéticas de inspiração medieval, do tipo trovadoresco, que não obedecem à estética musical. É um som interior, fruto de sensibilidade e da virtuosidade que, não sendo cuidado, é gritado afim de ter longo alcance e retomado pelo coro que lhe dá dimensão colectiva.
Os Bombos de Lavacolhos têm sido objecto de vários estudos académicos e artigos em revistas cuja projecção não fica circunscrita à divulgação nacional. Os pioneiros desta projecção e pesquisa foram sem dúvida Jaime Lopes Dias (in "Etnografia da Beira", Lisboa, 1937) e Michel Giacometti (in "Cancioneiro Popular Português", Círculo de Leitores, 1981 e Programa "Povo que canta", da Rádio Televisão Portuguesa, emissão do autor "O desafio da Sociedade Rural" com cópia depositada na secção de Etnomusicologia do Museu de Artes e Tradições Populares de Paris).
Agraciado pela Câmara Municipal do Fundão em 1995 com a Medalha de Mérito Municipal, publicou também, em colaboração com a Junta de Freguesia de Lavacolhos, um estudo académico "Os Bombos de Lavacolhos - Aspectos Rituais" da autoria de Carlos Gravito, uma obra de referência que consagra a dimensão científica, popular e cultura.
O grupo tem actuado de norte a sul de Portugal em festas, romarias, animado comemorações, inaugurações oficiais e privadas o que o credibiliza como ex-libris de Lavacolhos e referência obrigatória no espólio da música tradicional portuguesa. Tem actuado em prestigiadas salas e perante as mais altas individualidades por ocasião de comemorações e celebrações oficiais.