Encravado no meio da montanha, o lugar que hoje se chama Lavacolhos deve ter surgido por volta de 1580 tendo em linha de conta a presença de remotos vestígios arqueológicos.
De facto, a documentação mais antiga que encontrámos, foram os Registos Paroquiais de 1649 (na Torre do Tombo) e pelos óbitos neles inscritos, podemos concluir que Lavacolhos já mantinha, nesse tempo, como freguesia de Santo Amaro, uma vida bastante activa onde não faltavam os baptismos de filhos ilegítimos e casamentos com licença papal. Cremos que, cedo, gentes dos lugares vizinhos se tenham aí fixado.
Nos referidos registos, verificámos, além da onomástica como Afonso e Rodrigues, de origem visigótica, uma particular devoção a Santo Ildefonso que, não sendo venerado na freguesia, foi no entanto arcebispo de Toledo de 657 a 667.
Não encontramos a etimologia do nome da aldeia mas ele figura no Dicionário de Pinho Leal, de 1874, com a transcrição de Lavacollos / Lavacolhos que, convenhamos, se trata de um sui generis toponímio. Lava, no sentido latino de labes, quer dizer "queda" (como "lava" de vulcão) e Collos (de coliis), significa um "relevo de altitude moderada".
Seguimos as investigações do Prof. José Pedro Machado e do Padre Abel Guerra, que refutam a falsa ideia que a origem do nome viria da ideia de "lavar" tendo por base as regras de acentuação e da etimologia e da fonologia.
Tendo em conta que se atesta a presença humana desde os tempos imemoriais, é necessário recuar aos tempos da colonização romana e estudar a etimologia latina: levo (levantar), levis (na acepção de suave, belo), collum (colo, pescoço) , collis (colina, outeiro) que passando para o português: Lava collus - Lavacolos - Lavacollos - Lavacolhos, isto é a terra que levanta a cabeça, o que quadra perfeitamente com a posição elevada da aldeia ou da terra "das altas colinas" (480 metros de altitude).