Património
Nas suas ruas estreitas mas limpas e acolhedoras, podem observar-se ainda algumas casas tradicionais. A igreja, no centro da aldeia, reconstruída em 1890, por dez metros de largura por vinte e três de comprimento. A sua orientação Este-Oeste corresponde à orientação ritual consagrada pelos Doutores da Igreja. Fora do templo, mas contíguas ao lado deste, umas escadas de pedra conduzem ao campanário (de dois sinos desiguais, acordados a uma quinta) e à dependência onde está alojado o mecanismo do relógio, de fabrico manual e exclusivo, que bate as meias e as goras no sino maior.
No cimo da colina em que se encontra a aldeia, a Este eleva-se um modesto monumento chamado Alminhas, que tem a data de 1845 mas substitui outro, que se achava, não longe de lá, perto do cemitério que aí existiu, antes de ser levado para junto da capela de São Sebastião e que está hoje instalado no sítio do Torgal. Aparentemente esquecidas, as Alminhas têm ressonância profunda na memória colectiva. Com efeito, umas das Irmandades da paróquia e um dos altares da igreja são também dedicados ás almas.
A norte da povoação ergue-se, como já indicámos, o Cabeço da Argemela. No alto há vestígios de um majestoso castro e a meio da encosta, as ruínas de três muralhas que o circundaram. Elas parecem ter pertencido a fortificações romanas ou lusitanas e são, talvez, testemunho da luta entre eles. Este cabeço, cujo nome é de origem árabe e poderia vir de al djebel (montanha) e as fortificações que se assemelham pela textura aos "limes" romanos e que foram destruídos para a construção de igrejas, provam bem a presença de romanos nestas paragens.
Praia Fluvial de Lavacolhos
Em perfeita comunhão com a natureza, numa magnífica paisagem envolvente, no encontro com a Serra da Gardunha, mais propriamente na aldeia de Lavacolhos, encontra-se a Praia Fluvial de Lavacolhos. Esta aldeia é bastante conhecida a nível nacional pelo seu grupo de bombos, cartão de visita da região. São as águas da ribeira da Gardunha que banham esta praia, sendo esta dotada de várias infraestruturas com zonas relvadas. Este espaço possui uma zona desportiva contando com um campo de futebol sete. Uma zona de mesas para piquenique com grelhadores onde, cada pessoa pode confeccionar o seu prato grelhado favorito. As crianças nunca podem ser esquecidas nestes espaços possuindo assim uma parque infantil. O bar tem uma esplanada agradável e pode encontrar ainda no local instalações sanitárias com balneários.
Personalidades ilustres
Digno de referência, destacamos o Padre Joaquim Angélico Guerra , S.J. (1908 - 1993), ordenado sacerdote em Xangai em 1937, expulso da China e radicado em Macau onde desenvolveu a sua actividade sacerdotal mas também intelectual: professor, linguista , ensaísta e escritor. Um dos maiores sinólogos de sempre, autor de um dicionário de Português - Chinês e Chinês - Português, foi condecorado e homenageado pelos governos de Macau e de Portugal.
Orago
A paróquia é dedicada a Santo Amaro e a sua festa realiza-se a 15 de Janeiro e percebemos assim, como já vimos, o facto de Ter sido atribuído em tempos, o nome à aldeia. Santo Amaro foi monge beneditino e um dos primeiros discípulos de S. Bento. O papa Gregório Grande fez da Ordem um instrumento de evangelização dos povos pagãos. Santo Amaro é o patrono dos cavaleiros, protector dos que sofrem doenças de pele e dos membros inferiores.
Eventos anuais
• Santo Amaro
• Divino Espírito Santo
• Senhor da Saúde e Mártir São Sebastião
A visitar
• Capela do Divino Espírito Santo
• Alminhas
• Castro do Monte de Argemela
• Antigas minas de Argemela
• Alto da Ramalheira
Cabeço da Argemela
O Cabeço da Argemela situa-se a Norte da povoação de Lavacolhos, exactamente no limite ocidental do concelho do Fundão. Esta fronteira é partilhada com o concelho da Covilhã e mais directamente com a freguesia de Barco. Para cá chegar, seguimos a estrada nacional 343 em direcção à Covilhã, virando-se à esquerda antes de atingir a ponte sobre o Zêzere que faz a ligação à aldeia do Barco. Cerca de um quilómetro depois é necessário virar à esquerda e seguir por um estradão de terra batida até ao povoado. Localizada no limite poente da Cova da Beira e integrada na Cordilheira Central, a Argemela insere-se numa linha de cumeada designada por Serra do Gomes, uma área de relevos acidentados, fruto das cadeias montanhosas da Estrela e Gardunha que cercam toda aquela área. Este cabeço exibe uma morfologia cónica, bem destacada na paisagem, de difícil acesso e com encostas de acentuado pendor, chegando a atingir inclinações de 265 metros e declives de 29% . Encontra-se numa posição privilegiada em termos de recursos naturais e minerais pois a sua localização aproxima-o das ribeiras do Paul, Meimoa e Ximassas, afluentes do rio Zêzere, conhecidas pelo seu valor aurífero e estanífero. O chumbo também se encontra presente, nas regiões próximas do Telhado e Castelejo.
Lenda do Castro da Argemela
No sítio da Argemela, encontramos um núcleo com três linhas de muralha rudimentares, feitas de pedra não talhada, e abrangeria uma área de 4500 metros quadrados e tendo em conta a segunda linha de muralha, dois hectares.
O sítio da Argemela, tem associado uma lenda: « conta-se que uma princesa de lavacolhos casada com um lugar tenente de Viriato terá sido raptada, pelos romanos e levada para o monte da Argemela a fim de ser interrogada onde terá sido torturada, pelo que terá dado o nome ao monte no ar geme ela»!
«Conta-se ainda que o nome de Lavacolhos é proveniente de os habitantes da argemela vinham lavar os colos ao ribeira de Lavacolhos.»
Localiza-se numa elevação em forma de cone, com as seguintes coordenadas geográficas:
O cabeço tem uma ampla visibilidade para toda a cova da Beira e desde tempos remotos que se pratica actividade mineira. Encontram-se 3 linhas de muralhas, possivelmente em forma concêntrica. O material cerâmico é quase todo de Fabrico Manual encontrou-se ainda um movente e um dormente de uma mó em granito, assim como pesos e moldes de agulhas ( em baixo na Foto).
